Parques de Sintra intervém na Horta dos Príncipes do Palácio Nacional de Queluz
09 fev. 2023
Nos Jardins do Palácio Nacional de Queluz, mais precisamente na Horta dos Príncipes e numa área que pertenceu ao antigo Jardim do Labirinto, decorrem trabalhos de conservação e restauro dos azulejos e dos elementos decorativos em pedra, nomeadamente, canteiros, alegretes e bancos. Para além de limpar e estabilizar as referidas peças, no caso específico dos azulejos, a Parques de Sintra vai proceder ao seu reassentamento; à colmatação de lacunas; à fixação de vidrado em vias de destacamento; e a reintegrações cromáticas.
Localizada no maior talhão do Bosquete, a Horta dos Príncipes é uma construção muito tardia, de finais de século XIX, e destinava-se ao cultivo de legumes comuns e exóticos, entre flores, plantas aromáticas e canteiros de buxo. Pensa-se que esta área tenha sido usada na educação dos jovens príncipes, estimulando o amor pela natureza, tão caro à Família Real, e a aprendizagem da Botânica e da História Natural.
Os canteiros, que ainda hoje são usados para pequenas plantações, estão revestidos por painéis de azulejos, representando um motivo de inspiração neoclássica, datável do início século XX, e provavelmente fornecidos pela Real Fábrica de Louça do Rato, em Lisboa. O espaço integra, ainda, um elemento isolado, que exibe um brasão de origem desconhecida e um painel de azulejos, a incluir, igualmente, nesta intervenção.
O antigo Jardim do Labirinto, construído em 1764 e, entretanto, desaparecido, era constituído por uma rede de compartimentos de buxo, teixo e cipreste talhados em altura de forma geométrica e ornamental. Na área que rematava a parte superior do jardim de buxo e que corre paralela ao contraforte do Jardim Pênsil, foi colocada na primeira metade do século XX uma fileira de alegretes, revestidos com painéis de azulejos, e de bancos de pedra.
Esta intervenção realiza-se no âmbito da estratégia de conservação e valorização do Palácio Nacional de Queluz e dos seus jardins históricos, que constituem um dos exemplos mais notáveis da ligação harmoniosa entre paisagem e arquitetura palaciana em Portugal e cujo valor paisagístico e patrimonial importa salvaguardar.
Prevê-se que os trabalhos decorram até meados do próximo mês de abril.