Parques de Sintra planta 150 árvores nas paliçadas do Bosquete dos Jardins do Palácio Nacional de Queluz
05 dez. 2023
No âmbito do projeto de recuperação das paliçadas do Bosquete dos Jardins do Palácio Nacional de Queluz, em implementação desde 2017, a Parques de Sintra está a proceder à plantação de 150 árvores, de 6 espécies diferentes, no eixo entre o portão da Ajuda e o portão da Matinha.
As banquetas de buxo que definem os talhões ainda existem quase na sua totalidade, mas as paliçadas foram-se perdendo, pelo que é necessário proceder à sua reposição, utilizando espécies de árvores caducifólias presentes nos Jardins do Palácio Nacional de Queluz há vários séculos, como o castanheiro-da-Índia, a faia, o freixo, a tramazeira, a tília e o ulmeiro. Com exceção da tramazeira, todas estas espécies constam do inventário do arvoredo dos Jardins de Queluz datado de 1798. A tramazeira, a tília e o ulmeiro integraram, inclusive, a lista de encomendas efetuadas entre 1755 e 1758.
As árvores estão a ser plantadas no lado de dentro da sebe de buxo para formar uma parede verde, topiada, justaposta à sebe de buxo.
A palavra Bosquete vem do termo francês bosquet (que por sua vez, deriva do italiano bosquetto) e define um pequeno bosque. O Bosquete era um elemento essencial no programa dos jardins setecentistas ao estilo francês e considerado o seu maior ornamento, porque realçava as partes planas – os parterres e os lagos – ao mesmo tempo que controlava o efeito de perspetiva através do prolongamento dos grandes eixos e das áleas do parque.
Os Bosquetes deviam ser projetados de forma a não esconder a beleza das vistas do jardim, mas o seu desenho podia variar, desde que prolongasse as áleas e alternasse as zonas de bosque, com e sem decoração. Assim, caminhos, árvores, paliçadas e adornos eram elementos fundamentais num Bosquete, que tinha também como funções proteger do calor e dar relevo ao jardim.
Ao contrário do Bosquete descoberto, com “salas” ou “gabinetes” decorados e visitáveis dentro dos talhões, o Bosquete de Queluz nunca foi estruturalmente constituído por compartimentos. A sua tipologia é a de um Bosquete coberto, em que os vários talhões são limitados por banquetas de buxo e por árvores aparadas (paliçadas) com matagal espontâneo ou plantado no seu interior.