Flores voltam a adornar interiores do Palácio Nacional da Pena
17 mar. 2022
O Palácio Nacional da Pena está mais florido. Quem percorrer as suas salas, encontrará dálias, crisântemos, camélias, entre outras flores, a adornar jarras, copos e floreiras, peças cuja função nem sempre é óbvia quando se encontram vazias. Este é o resultado de mais um trabalho integrado no projeto que visa reconstituir historicamente os ambientes domésticos deste Palácio, que sempre foi reconhecido pela existência de plantas de corte e de vaso nas suas divisões, trazendo a natureza do parque que o rodeia para o interior; algo muito comum nas habitações da elite no século XIX. Assim, tanto na época de D. Fernando II e da Condessa d’Edla, como na de D. Carlos I e de D. Amélia, eram comuns os passeios diários no parque, com recolha de flores para embelezar as salas do Palácio. Este hábito foi mantido pelos funcionários do Palácio nos primeiros anos da República, tal como registaram diversos visitantes de então.
Para a concretização deste projeto, o estudo da iconografia da época, designadamente fotografias dos interiores do palácio e uma aguarela de D. Fernando II, foi fundamental. O cruzamento destas e de outras fontes com a informação das espécies florais existentes no parque da Pena ajudou a determinar quais as flores a utilizar. Por questões de conservação dos objetos, foram escolhidos exemplares artificiais, cuja alta qualidade permite dotar a reconstituição histórica dos ambientes de maior realismo. As flores encontram-se, assim, de volta às mesmas peças que originalmente tinham essa função no período em que o Palácio foi habitado; peças essas que foram colocadas sobre os mesmos móveis que no passado recebiam esta decoração floral.