Alunos da Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra participam em trabalhos de conservação e restauro nos Palácios de Monserrate e de Sintra
08 mar. 2022
Até ao início de abril, está a decorrer na Capela do Palácio Nacional de Sintra uma intervenção de conservação e restauro levada a cabo por um grupo de alunos da Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra (EPRPS), no âmbito das suas provas de aptidão profissional. O trabalho incide na pintura mural, que apresenta anomalias e que necessita de ações de limpeza, consolidação, preenchimento de lacunas e reintegração pictórica. No Palácio de Monserrate, a intervenção foi realizada por um conjunto de alunos da área de estuques, que terminou recentemente trabalhos de limpeza e estabilização dos elementos deste material no Torreão Sul.
Desde 2008, vários monumentos sob gestão da Parques de Sintra têm acolhido alunos da EPRPS ao abrigo de um protocolo estabelecido entre a empresa e o Município de Sintra, que visa a formação em contexto de trabalho e intervenções em percurso formativo por parte dos estudantes do Curso de Assistente de Conservação e Restauro. Ao todo, já beneficiaram deste programa cerca de 150 alunos, que tiveram oportunidade de trabalhar não apenas em património integrado (pintura mural, estuques, cantarias, azulejos), mas também em património móvel, nas áreas de mobiliário e de objetos em metal.
Cristina Mesquita, Coordenadora da EPRPS, considera que esta parceria é de “extrema importância” para a formação dos alunos da instituição, cujo “feedback não podia ser melhor”. Permite-lhes “em contexto real, sem prática simulada, realizar efetivos trabalhos de conservação e restauro em património classificado”, o que os capacita “técnica, ética, relacional e organizacionalmente para este exigente mercado de trabalho”. Salienta ainda que o trabalho destes estudantes em monumentos classificados como Património Mundial pela UNESCO é “simultaneamente, um enorme privilégio e um exigente desafio”, pois “sentem a responsabilidade de trabalhar neste património único, onde não existe margem de erro possível.” Por outro lado, “sabem e sentem que, a partir daquele momento, irão ficar indissociavelmente ligados à história daquele edificado ou daquela peça, facto que os deixa profundamente reconhecidos e orgulhosos.”