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Esculturas de frades do século XVIII regressam ao Convento dos Capuchos ao fim de 40 anos

11 mai. 2023

O percurso expositivo do Convento dos Capuchos apresenta uma novidade que vem contribuir para uma melhor interpretação do monumento. São duas esculturas em terracota, do século XVIII, representando frades, que, ao fim de cerca de 40 anos, regressam ao seu local original, a Portaria do Convento, de onde foram retiradas na década de 80 do século passado. As peças foram objeto de uma intervenção de conservação e restauro, que revelou que a figura maior retrata São Francisco de Assis, uma vez que exibe uma chaga no local do coração.

 

A reposição das esculturas no seu local de origem representa um importante contributo para a compreensão do estilo de vida do Convento, marcado pelo despojamento. Só acediam a este espaço os frades e os noviços, após transporem a “porta da morte”, encimada por uma caveira e duas tíbias; símbolos que aludem à morte simbólica para a vida mundana e ao renascimento para uma vida nova, dedicada à via espiritual, no interior do convento. Daí que a primeira escultura se encontre enterrada até ao peito e a segunda, representando São Francisco de Assis, esteja já num plano etéreo de ascensão divina.

 

Elaboradas em terracota, um dos materiais de eleição para escultura entre os franciscanos por representar a matéria da criação do Homem − Deus criou o homem insuflando o barro −, estas peças datam do século XVIII, com provável produção portuguesa numa oficina franciscana ativa na Estremadura. Aliás, o património «franciscano» em barro é recorrente, desde o século XVII, sendo abundantes as esculturas representando santos maiores da Ordem: São Francisco de Assis, o fundador, e Santo António, o santo franciscano português.

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