Sabia que existe em Monserrate uma árvore com pinhas gigantes?
09 jun. 2023
Ao passear junto ao Jardim do México, no Parque de Monserrate, ninguém fica indiferente às estruturas de proteção que ali existem: redes fixas em postes de ferro, que parecem toldos de proteção. E são, de facto. Mas porquê construí-las nesta zona do parque? Simples: para garantir que nenhum visitante é atingido por uma pinha gigante.
Sim, existem pinhas gigantes no Parque de Monserrate. São a principal característica de uma árvore chamada Araucaria bidwillii, também conhecida como Araucária de Queensland, Búnia-búnia ou pinheiro de Búnia. Esta espécie pode atingir os 50 metros de altura. Tal como o ‘típico’ pinheiro-bravo, tem folhas em forma de agulha, o crescimento dos ramos dá origem a uma copa com forma de pirâmide e é uma espécie conífera, ou seja, dá frutos em forma de cones – as conhecidas pinhas.
Mas as pinhas fêmea da Búnia-búnia são muito diferentes daquelas que costumávamos apanhar para brincar ou fazer pequenas decorações em casa. Estas demoram até dois anos a amadurecer e podem pesar entre três e cinco quilos – algumas chegam mesmo aos 10 quilos. São portadoras de, em média, mais de uma centena de pinhões gigantes comestíveis. Por outro lado, as pinhas macho têm dimensões mais parecidas com as que conhecemos do dia-a-dia.
Estas pinhas gigantes costumam cair no verão, mais concretamente em agosto, daí a existência de estruturas protetoras no Parque de Monserrate, por forma a garantir a segurança de quem visita o monumento. Além disso, esta e outras árvores dos monumentos geridos pela Parques de Sintra são monitorizados por uma equipa especializada, garantindo a preservação das espécies e a segurança de quem as contempla. Para saber em que zonas do Parque de Monserrate pode encontrar esta e outras árvores, consulte a app Tree Finder, que permite ao visitante obter informação sobre o património botânico ali presente.
Por último, uma curiosidade: originária de Queensland, na Austrália, esta espécie era uma fonte de alimento para os aborígenes – os seus pinhões chegam a ter mais de cinco centímetros de comprimento e podem ser consumidos crus ou assados. A Búnia-búnia era, por isso, considerada uma árvore sagrada, estando no centro de várias festas e cerimónias tribais.