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Que aves podemos encontrar na Serra de Sintra?

25 ago. 2023

É quase impossível passear pela Serra de Sintra sem ouvir o chilrear dos pássaros. É um cantar que nos embala e que nos transporta (ainda mais) para um cenário de contos de fadas.

Mas sabe que espécies dão à Serra de Sintra esta aura de história de encantar? Aqui ficam exemplos das mais magníficas aves que poderá ter a sorte de encontrar.

Açor Accipiter Gentilis

Açor - Accipiter gentilis

Esta é a uma ave tipicamente florestal, principalmente nas áreas de pinhal e de carvalhal. O açor procura também clareiras para caçar. Esta ave de rapina de dimensões intermédias faz muitas vezes voos acrobáticos para capturar pombos, estorninhos, perdizes e coelhos para o seu repasto.

 

O açor inicia entre fevereiro e março os seus voos nupciais – esta é a altura em que será mais fácil avistá-lo. Depois de construir o seu ninho, o casal terá 3 a 4 crias, que ali ficarão até ao verão, altura em que surgem os primeiros voos. Para ouvir a vocalização de um açor, clique aqui.

 

De acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, disponibilizado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, esta espécie encontra-se na categoria ‘Vulnerável’ no que diz respeito ao seu estado de conservação em Portugal.

Bufo Real Bubo Bubo

Bufo-real - Bubo bubo

Se tiver a oportunidade de passear a pé na Serra à noite, caminhe em silêncio – pode ser que tenha a sorte de ouvir esta rapina noturna de grandes dimensões. É, aliás, a maior do mundo!

 

O bufo real começa a época de nidificação em dezembro. Durante o inverno e a primavera, os progenitores cuidam das crias, preparando-as para os primeiros voos, no início do verão.

 

O voo das aves rapinas noturnas é silencioso, o que dificulta ainda mais a sua observação. As suas penas são adaptadas de modo a não produzirem qualquer ruído, para que possa ouvir bem os movimentos das suas presas e para que estas não se assustem com a sua aproximação. E quando falamos de presas, falamos de animais de grandes dimensões, como coelhos e até raposas.

 

Mas há uma forma de detetar um bufo real – o seu chamamento é diferente de todos os outros. Pode escutá-lo aqui. Ouvir este som à noite, no meio da floresta, transporta-nos imediatamente para um cenário de fantasia!

 

Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, esta espécie encontra-se na categoria ‘Quase Ameaçado’.

Pica Pau

Pica-pau-malhado-pequeno - Dendrocopus mino

Já aconteceu estar a passear na Serra e, de repente, ouvir uns toques repetidos nas árvores? Quase como se estivessem a perfurar algo? E de facto estão – o som do pica-pau-malhado-pequeno a bater com o bico em partes ocas dos troncos das árvores é facilmente percetível. E por que razão faz isto com o seu bico forte e pontiagudo? Para encontrar insetos, larvas, frutos e sementes para se alimentar, mas também para comunicar – durante a altura da reprodução, o macho bate com ainda mais força nos troncos para chamar a atenção da fêmea.

 

Este é o pica-pau mais pequeno da Europa. Isso, aliado aos seus hábitos discretos, fazem com que não seja fácil observá-lo. Mas o tamborilar nos troncos e as suas vocalizações agudas permitem detetar a sua presença.

 

Além do pica-pau-malhado-pequeno, é possível encontrar também na Serra de Sintra o pica-pau-malhado-grande e o pica-pau-verde. As três espécies encontram-se, felizmente, na categoria ‘Pouco Preocupante’ no que toca ao estado de conservação.

Coruja Do Mato

Coruja-do-mato - Strix aluco

Se gostava de ouvir uma coruja-do-mato, o melhor será passear pela Serra no outono, ao final do dia ou à noite. Esta é a altura em que os machos emitem mais chamamentos, com um piar melancólico que se ouve a uma grande distância. Oiça aqui.

 

No início da primavera, as corujas depositam 2 a 4 ovos num buraco de um tronco ou num ninho abandonado – geralmente de uma gralha ou de outra ave de rapina – e defendem-nos ferozmente de qualquer ser que se aproxime, até dos humanos. Durante o dia, é muito difícil encontrar este animais, devido à coloração da sua plumagem, que lhes permite camuflarem-se entre as árvores da floresta.

 

Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, o seu estado de ameaça em Portugal é ‘Pouco Preocupante’.

 

Uma curiosidade: sabia que a coruja do mato é monogâmica? Depois de escolherem um companheiro, os casais permanecem juntos até ao fim das suas vidas.

Chapim Real

Chapim-real - Parus major

Quando pensamos nos passarinhos dos contos de fadas, surge-nos logo a ideia de pequenos seres coloridos, curiosos, com um chilrear encantador. Esta é a descrição perfeita do chapim-real, espécie digna de uma história de encantar.

 

Este é o maior de todos os chapins que existem em Portugal, mas, mesmo assim, trata-se de pássaro pequeno, que privilegia as zonas de floresta, ribeirinhas ou de jardim. Apesar de ser uma espécie que ocorre todo o ano em território nacional, no inverno, a população aumenta com a chegada de aves do Norte e Centro da Europa. 

 

Apesar de não ser fácil identificá-lo nas copas das árvores, o seu canto atrai qualquer um. Chega a ter um ‘repertório’ de oito melodias diferentes. Aliás, a defesa do seu território depende da quantidade e da complexidade das suas melodias, que acabam por ser mais audíveis no outono. Oiça um exemplo aqui.

 

É visto muitas vezes aos pares ou em grupos, à procura de insetos ou pequenos frutos. Felizmente, a categoria atribuída a esta espécie no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, no que toca ao seu estado de conservação, é ‘Pouco Preocupante’.

Águia De Bonelli Aquila Fasciata

Águia-de-Bonelli - Aquila fasciata

É provavelmente uma das mais belas aves que existem em território nacional. Mas é também uma das espécies mais ameaçadas: de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, a águia-de-bonelli encontra-se na categoria ‘Em Perigo’ no que toca ao seu estado de conservação em território português.

 

Na região da Grande Lisboa e na região Oeste, existe um núcleo de apenas 8 a 11 casais de águia-de-bonelli. A principal ameaça a esta espécie é “a perturbação durante a época de reprodução (que se estende de dezembro a junho), pois esta espécie é particularmente sensível à presença humana em redor dos ninhos”, lê-se no site da Life LX Aquila, um projeto que pretende unir comunidades locais, autoridades e especialistas com o objetivo comum de proteger esta águia na Área Metropolitana de Lisboa. “Em Sintra, embora outrora nidificasse no litoral, devido ao aumento da pressão humana refugiou-se nas zonas florestais mais inacessíveis da serra, sendo difícil a sua observação”, refere o livro ‘A Natureza em Sintra e em Mafra: duas florestas, uma experiência única’.

 

Se tiver a sorte de observar uma águia-de-bonelli durante o seu passeio por Sintra, não se aproxime e não perturbe o animal. Para ajudar a salvar esta espécie, pode tornar-se um embaixador das águias. Saiba mais informações aqui.

É muito difícil avistar algumas destas aves, mas é possível conhecê-las melhor no Centro de Interpretação da Natureza do Parque de Monserrate. Aqui irá descobrir as espécies que vivem na Serra de Sintra através de recursos digitais inovadores.

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