Como são escolhidos os cavalos da Escola Portuguesa de Arte Equestre?
22 abr. 2024
Quem visita a Escola Portuguesa de Arte Equestre ou assiste aos seus espetáculos percebe – mesmo que os seus conhecimentos sobre arte equestre sejam diminutos – que os cavalos da Escola são diferentes. São seres excecionais, de uma beleza inigualável e uma astúcia extraordinária. Mas como são escolhidos estes animais?
Primeiro que tudo, é preciso ter uma coisa em mente: todos os cavalos da Escola são da raça lusitana. Dentro da raça lusitana, são ainda de linhagem Alter Real, aquela que melhor se conhece. É a raça mais antiga do mundo de cavalo de sela. Tem uma natural aptidão para os Obstáculos, Equitação de Trabalho, Atrelagem de Competição e até Ensino (Dressage).
Outro ponto a ter em conta: todos os cavalos da Escola Portuguesa de Arte Equestre são lusitanos provenientes da Coudelaria de Alter Real. É lá que nascem, são criados, desbastados – processo de treino e educação que ajuda o animal a formar o seu caráter e a ter um desenvolvimento adequado e harmonioso.
Cada cavalo desta Coudelaria resulta de anos de seleção e idealização. Aliás, o emparelhamento dos garanhões com a eguada conta com o contributo de uma equipa da Escola Portuguesa de Arte Equestre, que, com base nos muitos anos de experiência com estes animais, conhece as suas melhores qualidades. O objetivo é conseguir um constante melhoramento da linha Lusitano-Alter, que serviu a Academia Real – antecessora da Escola – no século XVIII.
No outono em que celebram 4 anos, os cavalos, já em fase avançada do desbaste, são avaliados por essa equipa da Escola Portuguesa de Arte Equestre, que se desloca à Coudelaria de Alter com o objetivo de selecionar os que apresentam mais potencial para servir a Escola.
Cada um destes animais terá o seu Picador, que será responsável pela inclusão do animal nesta nova realidade e no método de ensino da Escola Portuguesa de Arte Equestre. Nos primeiros tempos, o trabalho tem sobretudo uma dimensão social, sendo o principal objetivo que o cavalo se habitue ao ambiente e ao trabalho no picadeiro com outros cavalos mais velhos e ao material utilizado, como o xairel, os estribos suspensos e o rabicho.
Na primeira fase do ensino, designada ‘baixa escola”’ o cavalo progride no treino – a executar em equilíbrio os três andamentos básicos (passo, trote e galope) – e no trabalho em picadeiro – baseado em figuras geométricas, como o círculo, e também em marchas laterais, espáduas a dentro e passagens de mão isoladas.
Quando confirmados na “baixa escola”, os cavalos apresentam-se pela primeira vez em espetáculo, no carrossel dos cavalos novos. As galas da Escola Portuguesa de Arte Equestre acontecem todos os meses – pode consultar toda a programação no site da Parques de Sintra.