O Romantismo revisitado: Raul Lino e o Palácio da Pena
06 mar. 2024
Este artigo foi publicado nas atas do segundo de quatro ciclos de conferências do Colóquio Nacional Sobre Raul Lino em Sintra comemorativo do quadragésimo aniversário da morte do arquiteto e organizado por Rodrigo Sobral Cunha em 2014. O artigo foca-se na ação do incontornável arquiteto do século XX português enquanto Superintendente dos Palácios Nacionais no contexto da preparação da Grande Exposição do Mundo Português de 1940. As alterações efetuadas aos interiores destes palácios expostos ao público visavam a harmonização temporal e estilística dos objetos com o contexto arquitetónico de cada palácio. Como consequência, inúmeros objetos de acervo foram mudados de palácio, apagando-se definitivamente os testemunhos da vivência da família real, que no caso da Pena e de Sintra se mantinham praticamente intocados desde a queda da monarquia. A opções de Raul Lino para o Palácio da Pena são apresentadas à luz da relação do arquiteto com o Romantismo do século XIX, com os movimentos vanguardistas de início do século de influência do Arts and Crafts britânico e com a matriz alemã do Heimatschutzstil possivelmente adquirida nos tempos de Hanover por influência de Albrecht Haupt.