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Música

Ciclo de Piano nos Palácios de Sintra

Ciclo de Piano nos Palácios de Sintra

O Piano Português

 

Este primeiro ciclo de piano da Parques de Sintra estrutura-se em torno do legado “fundador” do grande músico e pianista Viana da Mota (1868-1948) e da sua forte ligação a Sintra e a Colares. O grande músico não só viveu parte da infância em Colares, onde o pai possuiu uma farmácia, como obteve uma bolsa de estudo de D. Fernando II e da Condessa d’Edla, o que lhe permitiu concluir a sua formação em Berlim. Já artista consagrado, Viana da Mota realizou um concerto, gratuito, no salão de Galamares, a 15 de setembro de 1923, a fim de se obterem fundos para a instalação de energia elétrica em Colares. Por último, seria também a Colares que Viana da Mota regressaria para passar os últimos verões no outono de uma longa vida.

 

Considerado como um dos maiores pianistas do seu tempo, Viana da Mota procurou, simultaneamente, realizar um verdadeiro ‘aggiornamento’ musical do nosso país, nomeadamente, pelo desenvolvimento de projetos, como a Sociedade de Concertos de Lisboa, ou a sua atividade enquanto maestro, de modo a dar a conhecer grandes obras do reportório sinfónico ainda desconhecido em Portugal. Foi ainda, no campo da criação musical, o mais destacado introdutor do nacionalismo musical em Portugal. Enquanto pedagogo, foi o responsável pelo desenvolvimento de uma “escola de piano portuguesa”, além de promotor de uma profunda reforma do ensino da música no Conservatório Nacional de Lisboa.

 

Ao homenagear Viana da Mota, pretende-se destacar a sua influência no que podemos designar por “piano português”, que dá título ao ciclo. O convite feito a grandes pianistas portugueses da atualidade que, de uma forma ou outra, pertencem à escola de piano por ele formada – seus “descendentes” em linha direta, através do magistério de Helena Sá e Costa, José Carlos Sequeira Costa e Evaristo Campos Coelho –, colocando-os também em diálogo com uma nova geração que agora se afirma, é testemunho de como o legado de Viana da Mota se tem perpetuado até à atualidade.

 

A ideia de diálogo e de diversidade revela-se pela presença, no ciclo, de um vasto reportório da literatura para piano. Inclusive, é possível tecer algumas linhas de audição, naturalmente e a começar com a presença do próprio Viana da Mota e da sua Balada (Marta Menezes, 6 de julho), que acabará por interagir – enquanto forma musical – com a integral das baladas de Chopin (Luísa Tender, 13 de julho) e a Balada de Gabriel Fauré (Artur Pizarro, 14 de julho).

 

O elemento da “latinidade” estará também presente através das obras de vários compositores ibéricos (Marta Menezes, 6 de julho), com a raramente ouvida Sonata de Artur Santos, peças do ciclo Goyescas de Enrique Granados (Marta Menezes, 6 de julho), mas também, obras da Itália de Gian Francesco Malipiero e Mario Castenuovo-Tedesco ou da Argentina de Carlos Guastavino e Alberto Ginastera (Artur Pizarro, 14 de julho). Em forma de ciclo, estas obras, interligam-se com as 8 Peças Breves de Gabriel Fauré (Artur Pizarro, 14 de julho), com as Cenas Infantis de Schumann (João Xavier, 5 de julho) ou mesmo com os Seis Cantos Polacos de Chopin de Franz Liszt (António Rosado, 12 de julho.

 

Por último, percorrer-se-ão igualmente obras emblemáticas, como o Concerto Italiano de Johann Sebastian Bach (Luísa Tender, 13 de julho), a Suite Bergamasque de Claude Debussy (António Rosado, 12 de julho), ou das “monumentais” Terceira Sonata de Frédéric Chopin (João Xavier, 5 de julho) e a Segunda Sonata de Sergei Rachmaninoff (António Rosado, 12 de julho). Uma particular referência à revisitação das Variações Goldberg de Johann Sebastian Bach (Pedro Burmester, 7 de julho), trinta e dois anos após o grande sucesso da gravação desta obra para a EMI Classics.

 

O ciclo irá decorrer nos dois primeiros fins-de-semana de julho, com os recitais a decorrer ao entardecer, pelas 19h, em verdadeira “comunhão” com o património envolvente, em salas históricas e intensamente vividas, também musicalmente, sobretudo intimistas e com grande qualidade acústica – a Sala dos Cisnes, no Palácio Nacional de Sintra, e a Sala do Trono, no Palácio Nacional de Queluz –, que seguramente irão acentuar um ambiente (de sonho) de uma noite de verão!

 

Bruno Caseirão (Diretor Artístico)

PROGRAMA JULHO 2024

  • 05/07 – 19:00 | JOÃO XAVIER - Palácio Nacional de Sintra (Sala dos Cisnes)
  • 06/07 – 19:00 | MARTA MENEZES - Palácio Nacional de Sintra (Sala dos Cisnes)
  • 07/07 – 19:00 | PEDRO BURMESTER - Palácio Nacional de Queluz (Sala do Trono)
  • 12/07 – 19:00 | ANTÓNIO ROSADO - Palácio Nacional de Queluz (Sala do Trono)
  • 13/07 – 19:00 | LUÍSA TENDER - Palácio Nacional de Sintra (Sala dos Cisnes)
  • 14/07 – 19:00 | ARTUR PIZARRO - Palácio Nacional de Queluz (Sala do Trono)