História do Santuário da Peninha
É impossível dissociar a história deste Santuário da sua lenda. Esta conta-nos que, no reinado de D. João III, uma pastora muda e muito pobre, natural de Almoinhas Velhas, que tinha o costume de passear as suas ovelhas nas redondezas, perdeu uma das suas ovelhas. Ao longe, avistou uma senhora que trazia consigo a ovelha perdida. Sendo muda, a pastora agradeceu como pôde. A senhora pediu-lhe um pouco de pão, mas a pastora disse-lhe que não tinha, pois era muito pobre.
A senhora disse-lhe, então, que ao chegar a casa chamasse pela sua mãe e lhe pedisse pão. A pastora, que sabia não ter pão em casa e ciente de que, sendo muda, não poderia chamar pela sua mãe, explicou à senhora que era impossível realizar tal tarefa. Depois de bastantes insistências, a pastora anuiu.
Ao chegar, chamou pela sua mãe e, por milagre, a sua voz fez-se ouvir. Explicou-lhe o sucedido e juntas foram em busca de pão pela casa. Numa arca, encontraram pão suficiente para alimentar a aldeia inteira e acabar com os tempos de fome.
Como agradecimento, toda a aldeia subiu ao monte onde se tinha dado o encontro com a senhora e, no exato local do acontecimento, avistaram a imagem de Nossa Senhora. A partir desse momento, este tornou-se um local de culto sagrado.
Nos finais do século XVII, Frei Pedro da Conceição, com o apoio das esmolas dos fiéis e do rei D. Pedro II, manda erguer uma capela consagrada a Nossa Senhora da Peninha, bem como as casas dos romeiros que serviam de apoio aos peregrinos.
No entanto, este não foi o primeiro templo construído no local cuja sacralidade se perde no tempo. Já no século XII ali existia a ermida denominada de São Saturnino, obra de Pêro Pais, alferes e porta-estandarte do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
Em 2017, A Parques de Sintra, o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) e a EMAC (Empresa Municipal de Ambiente e Cascais) assinaram um protocolo para gestão da Quinta da Peninha. Neste âmbito, cabe à Parques de Sintra a reabilitação e a gestão do conjunto edificado do Santuário da Peninha, a fim de assegurar boas condições para a fruição deste património pelo público.