Lagos e Fontes dos Jardins de Queluz
O complexo sistema hidráulico do Palácio Nacional de Queluz é composto por lagos e fontes ricamente decorados com esculturas em mármore, calcário e chumbo e com delicados jogos de água, que criam cenários sumptuosos ao gosto galante da corte do século XVIII.
Iniciado em 1752 por Manuel da Maia, o sistema de abastecimento de água permitiu captação das águas do Rio Jamor e de minas construídas na envolvente do palácio, bem como o seu armazenamento e distribuição nos jardins. A primeira mina construída para alimentar os jogos de água dos Jardins do Palácio de Queluz foi a do Pendão, seguindo-se a de Carenque e a da Gargantada, localizadas a vários quilómetros de distância. A água proveniente dessas minas era depois conduzida por caleiras sob galerias fechadas, de pendente suave, ao nível do solo, subterrâneas ou sobre arcos. Nos jardins, a água era recolhida em tanques e distribuída por gravidade para o depósito na Cascata Grande e outros tanques. Os jogos de água eram controlados por válvulas, funcionando nos eventos e passeios da família real no jardim.
Para o atravessamento do Rio Jamor pelos jardins, foi ainda construído um canal decorado por um importante revestimento azulejar do século XVIII, com comportas que permitiam represar a água de forma a que barquinhos ou gôndolas pudessem ser utilizados para passear no canal, para diversão da corte. Esta obra, também iniciada em 1752, esteve a cargo de Mateus Vicente.
As fontes e lagos dos Jardins do Palácio de Queluz foram recentemente recuperados, bem como o sistema hidráulico que os alimentam, tendo este último também sido dotado de um sistema fechado de recirculação, de forma a, simultaneamente, acautelar preocupações de sustentabilidade e garantir o funcionamento adequado de todos os elementos que o constituem, trazendo de volta o esplendor a estes jardins históricos.