Terreiro das Cruzes
Os peregrinos que chegavam ao convento, em busca de conforto espiritual, bem como de alívio físico para as enfermidades da época, faziam-no passando pelo Terreiro das Cruzes, assim designado por apresentar três cruzes em representação do Gólgota, onde Cristo foi crucificado: uma maior, ao centro, que representa a de Cristo, e as duas outras, menores, em representação dos outros dois homens que foram crucificados com Ele. Para subir ao terreiro é primeiro necessário escolher um de dois caminhos que a ele dão acesso através das cruzes menores. A indução das escolhas evoca o conceito de livre-arbítrio, representando a cruz o acompanhamento divino dessas escolhas. Não é, contudo, possível aceder-lhe através da cruz maior, em representação do conceito de inacessibilidade da via de Cristo aos Homens comuns, por ser uma via divina.
O acesso ao convento faz-se pelo Pórtico das Fragas, dissimulado entre dois grandes blocos de granito, onde se tocava o sino para que o Frade Guardião, detentor das chaves do convento, viesse abrir a porta.