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Realizou-se uma campanha de amostras de modo a caracterizar elementos decorativos como argamassas, rebocos e revestimento preto. Os espaços amostrados incluem locais interiores e exteriores, tais como a capela do Senhor do Horto, o Alpendre, as Celas, o Claustro e a Igreja.

 

A caracterização do material por difração de raios X, análise termogravimétrica, microscopia eletrónica de varrimento acoplada ao detetor de energia dispersiva de raios X e estereomicroscopia ótica, foi realizada no laboratório HERCULES – Universidade de Évora.

 

Em relação às argamassas (interiores e exteriores), foi utilizada como ligante uma cal de natureza calcária. Tal como nas argamassas, o ligante do revestimento preto é sempre de natureza calcítica. Apenas em duas amostras, registadas como exceção, foram detetados cálcio e magnésio no aglutinante utilizado na capela do Senhor do Horto, denunciando a provável utilização de cal dolomítica neste espaço, provavelmente como uma intervenção posterior.

 

O pigmento negro foi identificado principalmente como carvão vegetal. A caracterização dos materiais do revestimento preto não indicava qualquer tipo de funcionalidade, nomeadamente de natureza isolante. No entanto, a sua aplicação, juntamente com o volume e disposição do Convento, sugere uma intenção de imitar a paisagem circundante, recriando espaços escuros semelhantes às cavidades naturais geradas pelo caos de blocos de granito, da Serra de Sintra.