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Cosmopolitismo do barroco português - Biografias

Ana Vieira Leite 1

ANA VIEIRA LEITE | soprano

Ana Vieira Leite estudou na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, no Porto, e na Haute École de Musique, em Genebra. A soprano portuguesa recebeu o prémio de primeiro lugar no Concours International de Chant Baroque de Froville (França), o prémio Helena Sá e Costa (Portugal) e o galardão do Concurso Internacional Cidade de Almada (Portugal).

Na ópera, desempenhou o papel de Clorinda em Cenerentolina (a adaptação francesa da ópera Cenerentola de Rossini) no Grand Théatre de Genève, foi solista em Einstein on the Beach de Philip Glass, também no Grand Théatre de Genève, deu vida a Clarina em La Cambiale di Matrimonio de Rossini, a Despina em Così Fan Tutte de Mozart, a Polly em The Threepenny Opera de Kurt Weill, Cupidon em Orfée aux Enfers de Offenbach e Lydie em Temple de la Gloire de Rameau.

No repertório a solo, interpretou a quarta sinfonia de Mahler, com direção de Gabor Takacs-Nagy e Joana Carneiro, e o ciclo Rückert Lieder do mesmo compositor, sob orientação de Thomas Hauschild.

Trabalha regularmente com o ensemble Bando de Surunyo, um ensemble português especializado na interpretação de música dos séculos XVI e XVII que acabou de gravar o seu primeiro álbum.

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MASSIMO MAZZEO| dir. musical

Diplomado pelo Conservatório de Veneza, aperfeiçoou-se, sucessivamente, em viola de arco com Bruno Giuranna e Wolfram Christ, e em música de câmara e quarteto de cordas com os membros dos célebres Quarteto Italiano e Quarteto Amadeus.

De seguida, fez parte de algumas das mais representativas orquestras do panorama musical italiano dirigidas por ilustres maestros, entre os quais se destacam Leonard Bernstein, Zubin Metha, Carlo Maria Giulini, Yuri Temirkanov, Giuseppe Sinopoli, Georges Prêtre, Lorin Maazel, Valery Gergiev. Massimo Mazzeo atuou em prestigiadas orquestras de câmara, tais como I Virtuosi di Roma, I Virtuosi di Santa Cecilia, Accademia Strumentale Italiana. Na área da música antiga, depois de ter colaborado com agrupamentos e artistas de grande renome em Itália, formou a orquestra barroca Divino Sospiro, que se afirma como uma das orquestras de referência em Portugal. Com este grupo, já se apresentou em alguns dos mais prestigiados festivais a nível internacional. Massimo Mazzeo colaborou com prestigiados solistas, como Andreas Scholl, Karina Gauvin, Giuliano Carmignola, Gemma Bertagnolli, Deborah York, Christophe Coin, Pedro Burmester e Ana Quintans. Dedica o seu percurso interpretativo à procura de um estilo singular e de um equilíbrio entre uma visão historicamente informada e uma atitude que olha para a essência da música, transcendendo posições preconcebidas. Tem vindo a colaborar com algumas das mais relevantes entidades artísticas de Portugal, como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Companhia Nacional de Bailado, o Centro Cultural de Belém, entre outros. Massimo Mazzeo tem gravado para as editoras BMG, Erato, Harmonia Mundi France, Deutsche Harmonia Mundi, Nuova Era, Movieplay, Nichion e Dynamic. Desde 2014, dirige o “Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal”, sediado no Palácio Nacional de Queluz e com o apoio da Parques de Sintra – Monte da Lua, através do qual se tem dedicado a um minucioso programa de recuperação de património musical (recuperação e edição crítica das Serenatas escritas para Queluz), à atividade de programação musical e a diversos projetos científicos e pedagógicos.

Foi agraciado pelo Presidente da República Italiana com o título de Cavaliere dell’Ordine della Stella d’Italia, pelo trabalho e desenvolvimento das relações artísticas entre Portugal e Itália.

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DIVINO SOSPIRO

Divino Sospiro é um projeto fundado sobre os princípios da qualidade e fidelidade da interpretação musical, que aborda o repertório antigo sem, no entanto, abdicar do próprio instinto criativo, com o objetivo de despertar um novo gosto estético, uma nova paixão pelo “ouvir”, uma reflexão sobre o sentido da música e dos músicos.

Desde a sua fundação, tem dado importância central ao estudo e investigação da música portuguesa do período setecentista. Neste contexto, em 2013, criou em parceria com a Parques de Sintra – Monte da Lua o Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal (CEMSP), sediado no Palácio de Queluz, através do qual se tem dedicado a um minucioso programa de recuperação de património musical (recuperação e edição crítica das Serenatas escritas para Queluz), à atividade de programação musical e a diversos projetos científicos e pedagógicos. Neste contexto, apresentou em estreia moderna mundial a ópera Antígono, de Antonio Mazzoni, as oratórias Morte D’Abel e Gioás, Re di Giuda, ambas de Pedro Antonio Avondano, e as Serenatas Endimione, de Niccoló Jommelli, Il Natal di Giove, de João Cordeiro da Silva, e Perseu, de João de Sousa Carvalho. Este trabalho posiciona o Centro de Estudos na vanguarda da divulgação do património musical português, com um dos mais consistentes projetos nacionais no âmbito da produção musical, tanto no aspeto científico, como na interpretação. Divino Sospiro tem-se apresentado em concerto nalgumas das mais importantes salas de Portugal, incluindo a Fundação Calouste Gulbenkian, o Centro Cultural de Belém, a Casa da Música, o Teatro Camões e o Teatro Nacional de São Carlos. Participou ainda em alguns dos mais prestigiados festivais estrangeiros, entre os quais se destacam a Folle Journée de Nantes (França), a Folle Journée au Japon (Tóquio), o Festival de Varna (Bulgária), o Muzikfest Bremen (Alemanha), o Festival d’Ambronay (França), o Mozartiana Festival em Gdansk (Polónia), o Auditório Nacional de Espanha, em Madrid e o La Valletta Early Music Festival (Malta), e foi, durante 10 anos, orquestra em residência no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, desenvolvendo em Portugal um papel fundamental na afirmação de uma realidade artística de elevada qualidade a nível internacional.

Entretanto, foram muitos os registos e gravações deste agrupamento, destacando-se aquelas que foram realizadas pela Radio France, pela Antena 2 e pela RAI. Muitos foram também os registos efetuados para o Canal Mezzo e para a RTP. A gravação do seu primeiro CD para a editora japonesa Nichion, com repertório de W. A. Mozart, mereceu o galardão de bestseller naquele país; A gravação da Ópera Antigono (com estreia mundial absoluta no Centro Cultural de Belém, em 2011) mereceu 5 Diapasons da conhecida revista francesa homónima. A última gravação (Passio Iberica, 2019, Panclassics), dedicada a obras de compositores portugueses e espanhóis, centradas na celebração da Páscoa na Península Ibérica, recebeu grande destaque, merecendo, em 2019, 5 estrelas da revista italiana especializada “Musica”.

Divino Sospiro tem vindo a contar com a colaboração de prestigiados artistas, como Andreas Scholl, Vittorio Ghielmi, Giuliano Carmignola, Chiara Banchini, Christina Pluhar, Rinaldo Alessandrini, Céline Scheen, Enrico Onofri, Maria Cristina Kiehr, Alexandrina Pendatchanska, Gemma Bertagnolli, Alfredo Bernardini, Angelika Kirschslager, Katia e Marielle Labèque, Christophe Coin, Emma Kirkby, Deborah York, Francesca Aspromonte, Raffaella Milanesi, Ana Quintans, Pedro Burmester,Celine Scheen, Olga Roriz e Anna Teresa de Keesmaeker.

Dos seus compromissos futuros, destacam-se as estreias nos festivais de Lyon, Blaibach, Saint Michel en Thiérace, no Arsenal de Metz, na Philharmonie do Luxemburgo e na prestigiada Philharmonie de Paris, um dos centros culturais mais emblemáticos do mundo. Está, também, prevista a realização de uma Conferência Internacional em parceria com o Centre de Musique Baroque de Versailles e outros operadores culturais.

Seguindo a vocação para a recuperação da tradição musical setecentista portuguesa, a Divino Sospiro apresentou-se várias vezes no evento Te Deum, inserido na Temporada Gulbenkian Música, uma das quais com o Coro Gulbenkian. Divino Sospiro e o seu Centro de Estudos é hoje membro efetivo da REMA – Rede Europeia de Música Antiga, que, à data, reúne membros de 92 Instituições culturais em 22 países europeus.